O Ofício das Baianas de Acarajé

narrativas sobre o modo de saber fazer

Autores

Palavras-chave:

Ofício das Baianas de Acarajé, Patrimônio imaterial, Salvador, NArrativa, Religiosidade

Resumo

O presente artigo tem como ponto de partida a concessão do título de Patrimônio Cultural do Brasil ao Ofício das Baianas de Acarajé, em 2004. O foco central são as narrativas das próprias detentoras do bem de natureza imaterial que serão analisadas a partir da origem religiosa e étnica do Ofício. Também utilizo as fontes escritas (certidão, pareceres, dossiê) produzidas no decorrer do processo de registro. A metodologia escolhida foi a observação participante, realizada no trabalho de campo na cidade de Salvador. O objetivo é apresentar e problematizar a construção das narrativas das baianas de acarajé com base no desenvolvimento dos argumentos que justificam o Ofício como referência cultural. Entendo esse bem como um patrimônio negro ligado à religiosidade afro-brasileira.

Biografia do Autor

Debora Simões de Souza Mendel, Universidade Estadual Paulista UNESP

Debora Simões de Souza Mendel é Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Rio de Janeiro, Brasil. Mestra e Graduada em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Pós-Graduada Lato Sensu em Ensino de História e Cultura Africana e Afro-Brasileira pelo Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ).

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Publicado

30-06-2019

Como Citar

Simões Souza Mendel, D. (2019). O Ofício das Baianas de Acarajé: narrativas sobre o modo de saber fazer. Patrimônio E Memória, 15(1), 495–512. Recuperado de https://portalojs.assis.unesp.br/index.php/pem/article/view/3264

Edição

Seção

Artigos Livres