Negros de Mato Grosso
breve reflexão sobre as contribuições para a cultura
Mots-clés :
História, Cultura, Brasil, África, Mato Grosso, Siriri-CururuRésumé
Pretendemos oferecer uma breve reflexão sobre as contribuições do negro na formação do povo mato-grossense em especial, nas manifestações culturais na dança do Siriri e Cururu, buscando as operações híbridas, conceito de Néstor Canclini, que resultaram nestes dois importantes símbolos culturais de Mato Grosso. Na primeira parte, mostraremos um panorama dos estudos diaspóricos no Brasil e Mato Grosso, e as contribuições dos autores para o reconhecimento da cultura negra na formação cultural brasileira, buscando conhecer suas condições de vida no período colonial. Em seguida, apresentaremos o palco e os atores que alavancaram as danças e os folguedos brasileiros, e refletiremos plausibilidade das trocas híbridas entre várias etnias, na convivência entre português/negro/índios. Na última parte, analisaremos a partir dos aspectos culturais e musicais, os elementos que podem ou não demonstrar a absorção da cultura negra para verificar se houve realmente a absorção da cultura negra pela cultura mato-grossense.
Références
ABREU, Martha. O Império do Divino: festas religiosas e cultura popular no Rio de Janeiro 1830-1900. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, Fapesp, 1999.
ALBIN, Ricardo Cravo. O Livro de Ouro da MPB: a história de nossa música popular de sua origem até hoje. Rio de janeiro: Ediouro, 2003.
ALEIXO, Lúcia Helena Gaeta. Vozes no silêncio: subordinação, resistência e trabalho em Mato Grosso (1888-1939). Cuiabá: EdUfmt, 1995.
AMARAL, Rita de Cássia de Mello Peixoto. Festa à brasileira: significados do festejar, no país que “não é sério”. Tese de Doutorado em Antropologia. São Paulo, Universidade de São Paulo, 1998.
ANTONACCI, Maria Antonieta. Memórias ancoradas em corpos negros. São Paulo: EDUC, 2013.
BANDEIRA, Maria de Lourdes. Território negro em espaço de branco: estudo antropológico de Vila Bela. Editora Brasiliense/CNPq, 1988.
BUDASZ, Rogério. Teatro e música na América Portuguesa: convenções, repertório, raça, gênero e poder. Curitiba: DeArtes, 2008.
CANCLINI, Néstor García. Culturas Híbridas. São Paulo: EdUSP, 2011.
CARNEIRO, Edison. Folguedos tradicionais. Rio de Janeiro, Conquista, 1974.
DEL PRIORE, Mary. Festas e utopias no Brasil colonial. São Paulo: Brasiliense, 2000.
DELAMÔNICA FREIRE, Otávio Bandeira. Revista A Violeta: um estudo de mídia impressa e gênero. Dissertação de Mestrado em Comunicação. São Paulo, Universidade Paulista, 2007.
ERTHAL, Neuza Maria. Comunidade São Gonçalo: histórias, lendas e tradições. 2004, s/e.
GUAPO, Milton Pereira de Pinho. Remedeia c’o que tem. Cuiabá: edição do autor, 2010.
LOUREIRO, Roberto. Cultura mato-grossense - Festas de santos e outras tradições. Cuiabá: Entrelinhas, 2006.
MELLO, Guilherme de. A música no Brasil. 2. Ed. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1947.
MELLO E SOUZA, Marina de. Reis negros no Brasil escravista, história da festa de coroação de rei congo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002a.
MELLO E SOUZA, Marina de. Catolicismo Negro no Brasil: santos e Minkisi, uma reflexão sobre miscigenação cultural. Revista Afro-Ásia, 28 (2002b), p. 125-146.
PRANDI, Reginaldo. De africano a afro-brasileiro: etnia, identidade, religião. Revista USP, São Paulo, n° 46, junho/agosto, 2000.
SOARES, Mariza Carvalho. Devotos da cor: identidade, religiosidade e escravidão no Rio de Janeiro do século XVIII. Civilização Brasileira, 2000.
TINHORÃO, José Ramos. Os Negros em Portugal, uma presença silenciosa. Lisboa: Caminho-Coleção Universitária, 1988.
TINHORÃO, José Ramos. Os sons dos negros no Brasil: cantos, danças, folguedos: origens. São Paulo: Editora 34, 2008.
VOLPATO, Luiza Rios Ricci. Cativos do Sertão: vida cotidiana e escravidão em Cuiabá em 1850-1888. São Paulo: Marco Zero; EdUfmt, 1993.
Fontes:
Jornal “O matto-Grosso”, 05/01/1890. Arquivo digital da Biblioteca Nacional.
MATO GROSSO. Lei Provincial n. 02, de 10 de março de 1843. Aprova o Compromisso da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário desta Cidade, formada pelos irmãos dessa Confraria em 20 de fevereiro de 1838, a exceção do período 2o do § 2o do artigo 10.
Arquivo do Acervo do Instituto Memória da Assembléia Legislativa de Mato Grosso. Steinen, Karl Von Den. O Brasil Central. Expedição em 1884 para a exploração do Rio Xingu (1942). Coleção Brasiliana, UFRJ Eletrônica, p. 84. Disponível em: http://www.brasiliana.com.br. Acessado em 19 de março de 2014. No original em alemão este texto se encontra na p. 84.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Autores que publicam na Revista Faces da História concordam com a cessão dos direitos autorais dos manuscritos, processo simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC-BY-NC), que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Dessa forma, a Revista Faces da História pode difundir os artigos e trabalhos publicados, em formatos físicos e/ou eletrônicos, incluindo Internet.