A dieta do penitente: a prática do jejum penitencial no Portugal dos séculos XIV e XV
Mots-clés :
Práticas penitenciais, Portugal Quatrocentista, Moral, JejumRésumé
No Portugal dos séculos XIV e XV, torna-se cada vez mais recorrente a produção de obras de edificação pastoral escritas em língua vernácula, destinadas a propor modelos de comportamento e prescrições relativas às formas de contato com o sagrado e à reparação dos pecados. As prescrições referentes a essas práticas penitenciais propunham que a reparação pelo pecado cometido poderia ser alcançada pela reversão do ato falho e por gestos e expressões por vezes ardorosos, como a prática do jejum, abstinência alimentar. Na Idade Média, o jejum é a principal emenda recomendada para reparação dos pecados carnais no ritual da confissão auricular –, promulgada pelo IV Concílio de Latrão de 1215 –, primeiro passo efetivo para a reconciliação com Deus. O presente artigo tem como objetivo analisar o papel das prescrições relativas ao jejum enquanto prática de remissão dos pecados, a partir dos tratados pastorais escritos ou traduzidos para a língua portuguesa entre os séculos XIV e XV, período em que a prática da confissão se torna um dos principais objetos da literatura teológica e pastoral.
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