A Igreja, o Estado e o Monumento
algumas considerações sobre as festividades de inauguração do Cristo Redentor no Rio de Janeiro (1931)
Mots-clés :
Cristo Redentor, Rio de Janeiro, Estado Laico, Igreja CatólicaRésumé
Este artigo tem como objetivo analisar a inauguração do monumento do Cristo Redentor ocorrida no Rio de Janeiro, na época capital federal da República. Tomando como fontes duas capas de edições do jornal O Globo, o presente trabalho revela uma compreensão frente à manifestação discursiva da Igreja durante o evento, como resposta aos efeitos da laicidade executada pelo Estado durante o início da República. Para tal efeito, realizou-se um levantamento de dados, utilizando de autores da historiografia para a investigação bibliográfica e da análise do discurso como metodologia para obtenção dos resultados. A pesquisa demonstrou que o monumento do Cristo Redentor representou uma tentativa da Igreja Católica em romper com alguns preceitos da legislação que tornava o Brasil um país laico, de modo a realçar a relação da crença católica com a política do Estado na primeira metade do século XX.
Références
BRASIL. [Constituição (1824)], Cap. I – Do Poder Moderador, Art. 98. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao24.htm. Acesso em: 15 ago. 2020.
CARVALHO, José Murilo de. O papel e a complexidade do liberalismo no Brasil. Estudos Avançados, São Paulo, v. 26, n. 76, pág. 391-394, dezembro de 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142012000300033&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 18 ago. 2020.
CASTELLOTTI, Felipe. O monumento esculpido em concreto. In: LEONEL, Kaz; NIGGE, Loddi (org.). Cristo Redentor: história e arte de um símbolo do Brasil. Rio de Janeiro: Aprazível, 2008, p. 71-80.
CHRISTO reina, impera e livrará o Brasil de todos os males. O Globo, 2a ed., 31 de out. de 1931, p. 1. Disponível em: https://www.acervo.oglobo.com. Acesso em: ago. 2020.
DEPOIS de abertos na cruz para salvação do mundo, abrem-se hoje para nossa cidade os braços do Christo Redemptor. O Globo, 1a ed., 31 de out. de 1931, p. 1. Disponível em: https://www.acervo.oglobo.com. Acesso em: ago. 2020.
FAUSTO, Bóris. A Revolução de 1930: historiografia e história. São Paulo: Companhia de Letras, 1997. 16a ed., 150p.
FREITAS, Anielle Correia. Amigos do Cristo Redentor: do turismo à peregrinação? 2007. 57f. Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.
GIUMBELLI, Emerson. A modernidade do Cristo Redentor. Revista de Ciências Sociais. Rio de Janeiro, vol. 51, n.1, 2008, p. 75-105. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/dados/v51n1/a03v51n1.pdf. Acesso em: 25 jul. 2020.
GREGOLIN, Maria do Rosário. A análise do discurso: conceitos e aplicações. Revista Alfa, São Paulo, v. 39, p. 13-21, 1995. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/3967/3642. Acesso em: 09 ago. 2020.
GRINBERG, Lúcia. República Católica, o monumento ao Cristo Redentor do Corcovado. In: KNAUSS, Paulo (org.). Cidade Vaidosa: Imagens Urbanas do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1999, p. 57-72.
HERMANN, Jaqueline. Religião e política no alvorecer da República: os movimentos de Juazeiro, Canudos e Contestado. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucília de Almeida Neves. (org.). O tempo do liberalismo excludente: da Proclamação da República à Revolução de 1930. 6a ed.- Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013. p. 121-125.
LAPUENTE, Rafael Saraiva. O jornal impresso como fonte de pesquisa: delineamentos metodológicos. In: Encontro Nacional de História da Mídia, n. 10, 2015, Porto Alegre, p. 1-12. Disponível em: https://www.ufrgs.br. Acesso em: 12 ago. 2020.
LE GOFF, Jacques. Documento/Monumento. In: LE GOFF, Jacques. (org.). História e Memória. Tradução de Bernardo Leitão [et al]. Campinas: Unicamp, 1990, p. 462-473.
RODRIGUES, Antônio Edmilson Martins. O Cristo Redentor sempre esteve lá, no alto do nosso imaginário. In: LEONEL, Kaz; NIGGE, Loddi (org.). Cristo Redentor: história e arte de um símbolo do Brasil. Rio de Janeiro: Aprazível, 2008, p. 43-51.
SEVERO, Fernanda. Espaço arquitetônico e espaço turístico: memória, história e simulacros. In: Seminário de Pesquisa em Turismo do Mercosul, 2., 2004, Caxias do Sul (RS). Anais Eletrônicos [...] Caxias do Sul: SeminTUR, 2004, p. 1-14. Disponível em: https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/27-espaco-arquitetonico.pdf. Acesso em: 19 set. 2020.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. Ela vai cair: o fim da monarquia no Brasil. In: SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloísa Murgel (orgs.). Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia de Letras, 2015a, p. 291-317.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. Samba, malandragem e muito autoritarismo na gênese do Brasil moderno. In: SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloísa Murgel (org.). Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia de Letras, 2015b, p. 351-363.
SKIDMORE, Thomas Elliot. A Era Vargas, 1930-45. In: SKIDMORE, Thomas Elliot. (org.). Brasil: de Getúlio a Castello (1930-64). Tradução de Berilo Vargas — São Paulo: Companhia de Letras, 2010, p. 36-47.
SILVA, Paulo Julião da. A Igreja Católica e as Relações Políticas com o Estado na Era Vargas. In: Simpósio Nacional de História da ABHR, 13. 2012, São Luís. Anais Eletrônicos [...] São Luís (MA): ABHR, 2012a, p. 1-11. Disponível em: http://www.abhr.org.br/page/14. Acesso em: 13 mai. 2020.
SILVA, Paulo Julião da. A Igreja Católica e a questão educacional no Brasil durante a Era Vargas. In: XI Encontro Estadual de História da ANPUH, 11, 2012, Porto Alegre. Anais Eletrônicos [...] Porto Alegre: ANPUHRS, 2012b, p. 1300-1309. Disponível em: http://www.eeh2012.anpuh-rs.org.br/resources/anais/18/1346280564_ARQUIVO_textoparaaanpuh-rs.pdf. Acesso em: 23 jul. 2020.
SOBRE a InfoGlobo. InfoGlobo, Rio de Janeiro, p. 1, 2009. Disponível em: https://www.infoglobo.com.br/Anuncie/institucional.aspx. Acesso em: 18 ago. 2020.
VISCARDI, Cláudia. Aliança “café com política”. Nossa História, São Paulo, v. 2, n. 19, maio de 2005, p. 45.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Autores que publicam na Revista Faces da História concordam com a cessão dos direitos autorais dos manuscritos, processo simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC-BY-NC), que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Dessa forma, a Revista Faces da História pode difundir os artigos e trabalhos publicados, em formatos físicos e/ou eletrônicos, incluindo Internet.