As escolas de samba do Rio de Janeiro nos anos 60 e as narrativas sobre a história do negro na avenida

Autores/as

  • Guilherme José Motta Faria

Palabras clave:

Escolas de samba; Salgueiro; Movimento negro; História; Memória

Resumen

Na década de 1960, as Escolas de Samba conquistaram o protagonismo do Carnaval carioca. A partir de publicações de cronistas e notícias extraídas do Jornal do Brasil, este artigo procura mostrar que a temática afro-brasileira se tornou recorrente nos anos 1960 apresentando visões narrativas diferenciadas na abordagem do assunto, em diálogo com os acontecimentos políticos e as lutas de inserção social capitaneadas pelos movimentos negros. O cotidiano do escravo na vida colonial; as lutas, resistências e movimentos em busca da liberdade; a presença negra na cultura nacional e no folclore são os três eixos narrativos que as Escolas utilizaram como norteador de enredos que exaltavam direta ou indiretamente a “cultura negra” no Brasil. A ideia do pioneirismo do Salgueiro na introdução de temáticas afro-brasileiras será relativizada com a apresentação de sambas e enredos sobre a questão do negro apresentados por outras agremiações cariocas. Mesmo não conquistando o reconhecimento na bibliografia sobre as associações culturais, as Escolas de Samba do Rio de Janeiro desempenharam um papel relevante no levantamento de temas e discussões acerca da história do negro

na sociedade brasileira.

Biografía del autor/a

Guilherme José Motta Faria

Na década de 1960, as Escolas de Samba conquistaram o protagonismo do Carnaval carioca. A partir de publicações de cronistas e notícias extraídas do Jornal do Brasil, este artigo procura mostrar que a temática afro-brasileira se tornou recorrente nos anos 1960 apresentando visões narrativas diferenciadas na abordagem do assunto, em diálogo com os acontecimentos políticos e as lutas de inserção social capitaneadas pelos movimentos negros. O cotidiano do escravo na vida colonial; as lutas, resistências e movimentos em busca da liberdade; a presença negra na cultura nacional e no folclore são os três eixos narrativos que as Escolas utilizaram como norteador de enredos que exaltavam direta ou indiretamente a “cultura negra” no Brasil. A ideia do pioneirismo do Salgueiro na introdução de temáticas afro-brasileiras será relativizada com a apresentação de sambas e enredos sobre a questão do negro apresentados por outras agremiações cariocas. Mesmo não conquistando o reconhecimento na bibliografia sobre as associações culturais, as Escolas de Samba do Rio de Janeiro esempenharam um papel relevante no levantamento de temas e discussões acerca da história do negro na sociedade brasileira.

Citas

CABRAL, Sergio. As escolas de samba do Rio de Janeiro. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumiar, 1996.

COSTA, Haroldo. Salgueiro Academia do Samba. Rio de Janeiro: Record, 1984.

FARIA, Guilherme José Motta. Os Acadêmicos do Salgueiro e as representações do negro nos desfiles das escolas de samba nos anos 1960. Tese de Doutorado em História Social. Niterói, 2014.

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Fontes:

Jornal do Brasil – acervo digital in http://www.jb.com.br/paginas/news-archive/

www.academiadosamba.com.br

www.letras.mus.br/sambas

www.portelaweb.com

www.vagalume.com.br

Publicado

2017-09-06

Cómo citar

FARIA, Guilherme José Motta. As escolas de samba do Rio de Janeiro nos anos 60 e as narrativas sobre a história do negro na avenida. Faces da História, [S. l.], v. 3, n. 2, p. 75–97, 2017. Disponível em: https://portalojs.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/article/view/384. Acesso em: 14 nov. 2024.