Negros de Mato Grosso

breve reflexão sobre as contribuições para a cultura

Autores

  • Silbene Corrêa

Palavras-chave:

História, Cultura, Brasil, África, Mato Grosso, Siriri-Cururu

Resumo

Pretendemos oferecer uma breve reflexão sobre as contribuições do negro na formação do povo mato-grossense em especial, nas manifestações culturais na dança do Siriri e Cururu, buscando as operações híbridas, conceito de Néstor Canclini, que resultaram nestes dois importantes símbolos culturais de Mato Grosso. Na primeira parte, mostraremos um panorama dos estudos diaspóricos no Brasil e Mato Grosso, e as contribuições dos autores para o reconhecimento da cultura negra na formação cultural brasileira, buscando conhecer suas condições de vida no período colonial. Em seguida, apresentaremos o palco e os atores que alavancaram as danças e os folguedos brasileiros, e refletiremos plausibilidade das trocas híbridas entre várias etnias, na convivência entre português/negro/índios. Na última parte, analisaremos a partir dos aspectos culturais e musicais, os elementos que podem ou não demonstrar a absorção da cultura negra para verificar se houve realmente a absorção da cultura negra pela cultura mato-grossense.

Biografia do Autor

Silbene Corrêa

Pretendemos oferecer uma breve reflexão sobre as contribuições do negro na
formação do povo mato-grossense em especial, nas manifestações culturais na dança
do Siriri e Cururu, buscando as operações híbridas, conceito de Néstor Canclini, que
resultaram nestes dois importantes símbolos culturais de Mato Grosso. Na primeira
parte, mostraremos um panorama dos estudos diaspóricos no Brasil e Mato Grosso,
e as contribuições dos autores para o reconhecimento da cultura negra na formação cultural brasileira, buscando conhecer suas condições de vida no período colonial. Em seguida, apresentaremos o palco e os atores que alavancaram as danças e os folguedos brasileiros, e refletiremos plausibilidade das trocas híbridas entre várias etnias, na convivência entre português/negro/índios. Na última parte, analisaremos a partir dos aspectos culturais e musicais, os elementos que podem ou não demonstrar a absorção da cultura negra para verificar se houve realmente a absorção da cultura negra pela cultura mato-grossense.

Referências

ABREU, Martha. O Império do Divino: festas religiosas e cultura popular no Rio de Janeiro 1830-1900. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, Fapesp, 1999.

ALBIN, Ricardo Cravo. O Livro de Ouro da MPB: a história de nossa música popular de sua origem até hoje. Rio de janeiro: Ediouro, 2003.

ALEIXO, Lúcia Helena Gaeta. Vozes no silêncio: subordinação, resistência e trabalho em Mato Grosso (1888-1939). Cuiabá: EdUfmt, 1995.

AMARAL, Rita de Cássia de Mello Peixoto. Festa à brasileira: significados do festejar, no país que “não é sério”. Tese de Doutorado em Antropologia. São Paulo, Universidade de São Paulo, 1998.

ANTONACCI, Maria Antonieta. Memórias ancoradas em corpos negros. São Paulo: EDUC, 2013.

BANDEIRA, Maria de Lourdes. Território negro em espaço de branco: estudo antropológico de Vila Bela. Editora Brasiliense/CNPq, 1988.

BUDASZ, Rogério. Teatro e música na América Portuguesa: convenções, repertório, raça, gênero e poder. Curitiba: DeArtes, 2008.

CANCLINI, Néstor García. Culturas Híbridas. São Paulo: EdUSP, 2011.

CARNEIRO, Edison. Folguedos tradicionais. Rio de Janeiro, Conquista, 1974.

DEL PRIORE, Mary. Festas e utopias no Brasil colonial. São Paulo: Brasiliense, 2000.

DELAMÔNICA FREIRE, Otávio Bandeira. Revista A Violeta: um estudo de mídia impressa e gênero. Dissertação de Mestrado em Comunicação. São Paulo, Universidade Paulista, 2007.

ERTHAL, Neuza Maria. Comunidade São Gonçalo: histórias, lendas e tradições. 2004, s/e.

GUAPO, Milton Pereira de Pinho. Remedeia c’o que tem. Cuiabá: edição do autor, 2010.

LOUREIRO, Roberto. Cultura mato-grossense - Festas de santos e outras tradições. Cuiabá: Entrelinhas, 2006.

MELLO, Guilherme de. A música no Brasil. 2. Ed. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1947.

MELLO E SOUZA, Marina de. Reis negros no Brasil escravista, história da festa de coroação de rei congo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002a.

MELLO E SOUZA, Marina de. Catolicismo Negro no Brasil: santos e Minkisi, uma reflexão sobre miscigenação cultural. Revista Afro-Ásia, 28 (2002b), p. 125-146.

PRANDI, Reginaldo. De africano a afro-brasileiro: etnia, identidade, religião. Revista USP, São Paulo, n° 46, junho/agosto, 2000.

SOARES, Mariza Carvalho. Devotos da cor: identidade, religiosidade e escravidão no Rio de Janeiro do século XVIII. Civilização Brasileira, 2000.

TINHORÃO, José Ramos. Os Negros em Portugal, uma presença silenciosa. Lisboa: Caminho-Coleção Universitária, 1988.

TINHORÃO, José Ramos. Os sons dos negros no Brasil: cantos, danças, folguedos: origens. São Paulo: Editora 34, 2008.

VOLPATO, Luiza Rios Ricci. Cativos do Sertão: vida cotidiana e escravidão em Cuiabá em 1850-1888. São Paulo: Marco Zero; EdUfmt, 1993.

Fontes:

Jornal “O matto-Grosso”, 05/01/1890. Arquivo digital da Biblioteca Nacional.

MATO GROSSO. Lei Provincial n. 02, de 10 de março de 1843. Aprova o Compromisso da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário desta Cidade, formada pelos irmãos dessa Confraria em 20 de fevereiro de 1838, a exceção do período 2o do § 2o do artigo 10.

Arquivo do Acervo do Instituto Memória da Assembléia Legislativa de Mato Grosso. Steinen, Karl Von Den. O Brasil Central. Expedição em 1884 para a exploração do Rio Xingu (1942). Coleção Brasiliana, UFRJ Eletrônica, p. 84. Disponível em: http://www.brasiliana.com.br. Acessado em 19 de março de 2014. No original em alemão este texto se encontra na p. 84.

Downloads

Publicado

2017-09-06

Como Citar

CORRÊA, Silbene. Negros de Mato Grosso : breve reflexão sobre as contribuições para a cultura. Faces da História, [S. l.], v. 3, n. 2, p. 57–74, 2017. Disponível em: https://portalojs.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/article/view/383. Acesso em: 12 nov. 2024.