Iracema
representações e alegorias de uma transa brasileira
Palavras-chave:
Rodovia Transamazônica, Identidade Nacional, Cinema Novo, Ditadura Civil-militar, Nacional-popular, IracemaResumo
Este artigo analisa as representações e alegorias presentes no filme Iracema, uma transa amazônica, dirigido por Jorge Bodanzky e Orlando Senna. Gravado em 1974, durante a construção da Rodovia Transamazônica, símbolo de progresso e desenvolvimento na propaganda governamental do regime civil-militar, os cineastas propõem a aproximação com a realidade, mesclando elementos de ficção e documentário para denunciar o modo de vida da população da Amazônia que vivia à margem da estrada, ironizando as narrativas sobre o nacional-popular e os romances nacionais, especialmente à obra Iracema, considerada como fundacional da identidade nacional. Também fazem uma crítica aberta ao papel atribuído à população indígena, principalmente durante o processo de modernização e industrialização da sociedade brasileira operada pelo regime, o que lhes rendeu anos de censura até seu lançamento, em 1981. Esse filme nos permite analisar os principais elementos estéticos da produção cinematográfica nacional, inaugurada com o movimento Cinema Novo.
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