Retórica, Controvérsia Oitocentista

Autores

Palavras-chave:

Literatura Brasileira, Retórica, Discurso, Crítica

Resumo

Durante os Oitocentos, a palavra “retórica” foi empregada basicamente de duas formas, no Brasil: 1. Positivamente, como disciplina avalizada por instituições de prestígio, a exemplo do Colégio Dom Pedro II; 2. Pejorativamente, como predicado depreciativo de um certo modo de se expressar, tido por artificial, pomposo e inautêntico. Neste artigo foram discutidas as acepções do termo e também foram identificados alguns entre os atores que se manifestaram a respeito da arte da persuasão, a partir do século XIX.

Biografia do Autor

Jean Pierre Chauvin, Universidade Estadual Paulista UNESP

Professor Associado (MS.5.1) da Escola de Comunicações e Artes (USP), onde pesquisa e leciona Cultura e Literatura Brasileira (módulos: Colônia, Império e República). Na FFLCH (USP), atua no PPG Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa. No CELP/FFLCH, coordena o Projeto de Pesquisa Letras, Retórica, Poética e Outras Artes, séculos XVII, XVIII, XIX. É co-líder, com Marcelo Lachat (UNIFESP), do Grupo de Pesquisa [CNPq]: Historiografia das Letras Luso-Brasileiras e da Literatura Brasileira. Tem mestrado (1999-2002) e doutorado (2003-2006) em Teoria Literária e Literatura Comparada (USP); bacharelado em Letras-Português pela mesma Universidade (FFLCH, 1995-1998); licenciatura em Letras - Português (FEUSP, 1999-2000). Autor de: Pedra, Penha, Penhasco: a invenção do Arcadismo Brasileiro (2023). Coautor, com Cleber V. do A. Felipe (UFU), de Estudos sobre a Épica Luso-Brasileira [séculos XVI a XVIII] (2021), com quem co-organizou Ensaios sobre Prosopopeia (1601), de Bento Teixeira (2022). Com Marcelo Lachat, co-organizou As Letras na Terra do Brasil (séculos XVI a XVIII), também em 2022. É membro da Cátedra Pombal (Universidade Federal do Sergipe), sob coordenação de Luiz Eduardo de Oliveira, desde 2022.

Referências

ALENCAR, José de. O Guarani. 3a ed. Cotia: Ateliê, 2014.

AMARAL, Emília. “Apresentação”. In: POMPEIA, Raul. O Ateneu. 2a ed. Cotia: Ateliê, 2005, pp. 9-36.

BARTHES, Roland. “A Retórica Antiga”. In: COHEN, Jean et al. (orgs.). Pesquisas de Retórica. Tradução: Leda Pinto Mafra Iruzun. Petrópolis: Vozes, 1975, pp. 147-224.

BOSI, Alfredo. “O Ateneu, opacidade e destruição”. In: _____. Céu, Inferno: Ensaios de Crítica Literária e Ideológica. São Paulo: Duas Cidades; Editora 34, 2003, pp. 51-86.

CAMPATO JÚNIOR, João Adalberto. A Confederação dos Tamoios: Gênese, Retórica e Ideologia da Epopeia no Segundo Reinado. Curitiba: CRV, 2014.

CARRODEGUAS, Celestino. La Sacramentalidad del Matrimonio: Doctrina de Tomás Sánchez, S. J. Madrid: Universidad Pontificia Comillas, 2003.

CHAUVIN, Jean Pierre. “O Verso Protocolar de Sebastião da Rocha Pita”. XVII Encontro de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa. São Paulo: FFLCH/USP [e-book no prelo].

CICERÓN. El Orador. 4a reimp. Traducción: Eustaquio Sánchez Salor. Madrid: Alianza Editorial, 2010.

CUNHA, Manuela Carneiro da. Índios no Brasil: História, Direitos e Cidadania. São Paulo: Claro Enigma, 2012.

GOMES, Álvaro Cardoso; VECHI, Carlos Alberto. A Estética Romântica: textos doutrinários comentados. São Paulo: Atlas, 1992.

GRACIÁN, Baltasar. Arte de Ingenio, Tratado de la Agudeza. 2a ed. Madrid: Cátedra, 2010.

HANSEN, João Adolfo. “Instituição Retórica, Técnica Retórica, Discurso”. Revista Matraga, v. 20, n. 33, 2013, pp. 11-46.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado: Contribuição à Semântica dos Tempos Históricos. 3 a reimp. Tradução: Wilma Patrícia Maas; Carlos Almeida Pereira. Rio de Janeiro: Contraponto; PUC-Rio, 2012.

MARTINS, Eduardo Vieira. “Apresentação”. In: ALENCAR, José. O Guarani. 3a ed. Cotia: Ateliê, 2014, pp. 11-42.

MOSCA, Lineide do Lago Salvador. “Velhas e Novas Retóricas: convergências e desdobramentos”. In: _____. (Org.). Retóricas de ontem e de hoje. 3a ed. São Paulo: Humanitas, 2004, pp. 17-54.

MURPHY, James J. Rhetoric in the Middle Ages: A History of Rhetorical Theory from St. Augustine to the Renaissance. Berkeley: University of California Press, 1974.

PÉCORA, Alcir. Máquina de Gêneros. São Paulo: Edusp, 2001.

PEREIRA, Lúcia Miguel. “Raul Pompeia”. In: _____. História da Literatura Brasileira: Prosa de Ficção (de 1870 a 1920). Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1988.

PLATÃO. Górgias ou A Oratória. Tradução: Jaime Bruna. São Paulo: Difel, 1970.

POMPEIA, Raul. O Ateneu. 2a ed. Cotia: Ateliê, 2005.

RATIO Studiorum: Plan Raisonné et Institution des Études dans la Compagnie de Jésus. Traduction: Léone Albrieux; Dolorès Pralon-Julia. Paris: Belin, 1997.

REBOUL, Olivier. Introdução à Retórica. Tradução: Ivone Castilo Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

ROBRIEUX, Jean-Jacques. Éléments de Rhétorique et d’Argumentation. Paris: Dunod, 1993.

ROTERDÃ, Erasmo de. Diálogo Ciceroniano. Tradução: Elaine C. Sartorelli. São Paulo: Editora Unesp, 2013.

SILVA, José Bonifácio Andrada e. Apontamentos para a civilização dos índios bravos do Império do Brasil. Rio de Janeiro: Assembleia Geral Constituinte e Legislativa, 1823.

SOARES, Maria Nazaré Lins. Machado de Assis e a Análise da Expressão. Rio de Janeiro: INL, 1968.

SOUZA, Roberto Acízelo de. O Império da Eloquência. Rio de Janeiro: EdUERJ; EdUFF, 1999.

VERÍSSIMO, José. História da Literatura Brasileira. 4a ed. Brasília: Editora da UnB, 1963.

WORDSWORTH, William. “Preface” to Lyrical Ballads (1800). Disponível em: <http://www.bartleby.com/39/36.html>. Acesso em: 16.9.2017.

Downloads

Publicado

30-12-2017

Como Citar

Chauvin, J. P. (2017). Retórica, Controvérsia Oitocentista. Patrimônio E Memória, 13(2), 14–27. Recuperado de https://portalojs.assis.unesp.br/index.php/pem/article/view/3431