Sob um parque, pulsa um rio
caminhos da memória de um Projeto de Paisagem para o Capibaribe
Palavras-chave:
Paisagem, Rios, Parque, Capibaribe, RecifeResumo
A cidade do Recife no Nordeste do Brasil, cortada por rios e banhada pelo mar, tem nas águas sua principal característica. Entre os seus rios, o Capibaribe se destaca pelo traçado, por sua importância histórica, tendo sido no passado um dos principais eixos de ocupação do território. Em seu percurso, diferentes unidades de paisagens constituem a sua fisionomia que se alarga além da calha, encharcando e dando identidade à cidade. Esta paisagem da memória foi definidora do projeto Parque Capibaribe: Caminho das Capivaras, em desenvolvimento pelo InCiti – Pesquisa e Inovação para as Cidades da Universidade Federal de Pernambuco –, em convênio com a Prefeitura do Recife. Se um projeto de paisagem exige percepção, análise e apropriação de valores, redesenhar o Capibaribe como Parque, demonstrou a força que essa linha d’água impõe, como paisagem. É sobre esse pulsar anterior e seu rebatimento conceitual no projeto, que se propõe a discutir.
Referências
BESSE, Jean-Marc. O gosto do mundo: exercícios de paisagem. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2014.
CANCELA D’ABREU, Alexandre; BOTELHO, Maria João; OLIVEIRA, Maria do Rosário; AFONSO, Marta. A paisagem na revisão dos PDM: orientações para a implementação da Convenção Europeia da Paisagem no âmbito municipal. Lisboa: Direção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano, 2011.
CASTRO, Josué de. Fatores de localização da cidade do Recife. Brasil: Imprensa Nacional, 1948.
CASTRO, Josué de. Visões do Recife. In: SOUTO MAIOR, Mário; SILVA, Leonardo Dantas (Org.). O Recife: quatro séculos de sua paisagem. Recife: Massangana: Prefeitura da Cidade do Recife, 1992. p. 253-261.
CAVALCANTI, Rafaela dos Santos; MELO, Leonardo César de Oliveira; MONTEIRO, Circe Maria Gama. Como resgatar a relação da cidade com os ambientes naturais: projeto Parque Capibaribe, Recife – PE. In: Periódico Técnico e Científico Cidades Verdes. v. 03, n. 08, p. 33-48, 2015.
CONVENÇÃO EUROPEIA DA PAISAGEM. Decreto n. 4/2005. Florença, 20 out. 2000.
CORAJOUD, Michel. A paisagem é o lugar onde o céu e a terra se tocam. In: SERRÃO, Adriana Veríssimo (Coord.). Filosofia da paisagem. Uma antologia. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2011. p. 215-225.
COSCUELA, Alex Tarroja. La dimensión social del paisaje. In: BUSQUET, Jaume; CORTINA, Albert. (Coord.). Gestión del paisaje. Manual de protección, gestión y ordenación del paisaje. Barcelona: Editorial Ariel, S. A., 2009. p. 239-251.
DE LA MORA, Luís. Os movimentos sociais na formação e transformação do espaço urbano recifense. In: REZENDE, Antonio Paulo. Recife: que história é essa? Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife, 1987. p. 255-265.
DINIZ, Fabiano.; ROCHA, Danielle; FERRAZ, Werther; ALENCAR, Anna Karina. Na fonte das cidades, as águas e as pessoas: a experiência do projeto Parque Capibarive no bairro das Graças (Recife, Brasil). In: 5ª Conferência Internacional da Rede Lusófona de
Morfologia Urbana, 2016, Guimarães – Portugal. Os Espaços da Morfologia Urbana. Guimarâes: Escola de Arquitectura da Universidade do Minho, 2016. p. 727-736.
FONT, Joan Nogué; MARTÍ, Pere Sala. Los catálogos de paisaje. In: BUSQUETS, Jaume; CORTINA, Albert. (Coord.). Gestión del paisaje. Manual de protección, gestión y ordenación del paisaje. Barcelona: Editorial Ariel, S. A., 2009. p. 397-426.
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Capunga: crônica de um bairro recifense. In: SOUTO MAIOR, Mário; SILVA, Leonardo Dantas (Org.). O Recife: quatro séculos de sua paisagem. Recife: Massangana: Prefeitura da Cidade do Recife, 1992. p. 263-281.
MERLEAU-PONTY, Maurice. A Natureza. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
NARANJO, Florencio Zoido. El Convenio Europeo del Paisaje. In: BUSQUETS, Jaume; CORTINA, Albert. (Coord.). Gestión del paisaje. Manual de protección, gestión y ordenación del paisaje. Barcelona: Editorial Ariel, S. A., 2009. p. 299-315.
OLIVEIRA, Valdemar de. Geologia da planície do Recife: contribuição ao seu estudo. Recife: Oficinas Gráficas do Jornal do Commercio, 1942.
PREFEITURA DO RECIFE. Unidade Protegida da Ilha do Zeca. Decreto n. 26.723/2012.
ROCHA, Tadeu. Geografia poética do Recife. In: SOUTO MAIOR, Mário.; SILVA, Leonardo Dantas (Org.). O Recife: quatro séculos de sua paisagem. Recife: Massangana: Prefeitura da Cidade do Recife, 1992. p. 289-298.
ROGER, Alain. Breve tratado del paisaje. Madrid: Biblioteca Nueva, 2007.
SERRÃO, Adriana Veríssimo. Paisagem, uma categoria em transição. In: SERRÃO, Adriana Veríssimo. (Coord.). Filosofia e arquitectura da paisagem. Um manual. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2012. p. 317-332.
SIMMEL, Georg. A filosofia da paisagem. Tradução: Artur Morão. Covilhã: Universidade da Beira Interior, 2009 [1913]. Disponível em: http://www.lusosofia.net/textos/simmel_georg_filosofia_da_paisagem.pdf. Acesso em: 5 mai. 2011.
VERAS, Lúcia Maria de S. C.; BEZERRA, Onilda; SÁ CARNEIRO, Ana Rita; SILVA, Joelmir Marques da. Proteção legal das praças de Burle Marx no Recife. In: Anais [do] XIII Encontro Nacional de Ensino de Paisagismo em Escolas de Arquitetura. Salvador: FAUUFBA, 2016. p. 408-417.
VERAS, Lúcia Maria de Siqueira Cavalcanti. De Apé-puc a Apipucos: numa encruzilhada, a construção e permanência de um lugar urbano. Recife: Bagaço, 1999.
______. Paisagem-postal: a imagem e a palavra na compreensão de um Recife urbano. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2018 Patrimônio e Memória

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Todo o conteúdo do periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons do tipo atribuição BY.