A interação paisagem/jardim na educação do olhar e na conservação do patrimônio

Autores

Palavras-chave:

Paisagem, Jardim, Conservação, Patrimônio

Resumo

Pensar a paisagem deve ser o princípio básico da concepção do projeto paisagístico. Isso se evidencia nos depoimentos do paisagista Roberto Burle Marx sobre os jardins do Recife, na década de 1930. Apesar da expressividade de sua obra no Brasil e no exterior, esse conhecimento paisagístico foi pouco assimilado nas escolas brasileiras de arquitetura para uma educação do olhar paisagístico. Notam-se avanços teóricos e técnicos na restauração de jardins históricos, e na inclusão da paisagem cultural carioca como patrimônio da humanidade. Mas, o desafio está na conservação desse patrimônio. Apesar de o jardim histórico, como um tipo de paisagem cultural, se aproximar mais da tradição brasileira, sua apropriação e, consequentemente, sua conservação ainda é precária no âmbito do planejamento urbano. Portanto, há necessidade de aproximar mais a teoria da paisagem à concepção do projeto paisagístico e à prática da restauração dos jardins históricos no desafio da conservação do patrimônio.

Biografia do Autor

Ana Rita Sá Carneiro, Universidade Estadual Paulista UNESP

Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Pernambuco (1975), mestrado em Desenvolvimento Urbano pela Universidade Federal de Pernambuco (1989) e doutorado em Arquitetura - Oxford Brookes University (1995). Atualmente é professor titular da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE e coordenadora do Laboratório da Paisagem do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE. Membro do Comitê Internacional de Paisagens Culturais Icomos/Ifla e da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas/Abap, e representante do Icomos Brasil. Líder do Grupo de Pesquisa do CNPq 'Jardins de Burle Marx' e Pesquisadora do Grupo de Pesquisa do CNPq 'Pensar Paisagem'. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Conservação urbana integrada e mais especificamente nos estudos dos jardins de Burle Marx, da teoria da paisagem e dos espaços públicos. Atua como consultora para a restauração dos jardins de Burle Marx no Recife.

Referências

*FONTES*

DIARIO DA TARDE. Jardins e Parques do Recife: Roberto Burle Marx para o Diario da

Tarde. Recife, 14 de março de 1935.

*REFERÊNCIAS*

ARAGÃO, Solange de. Ensaio sobre o jardim. São Paulo: Global, 2008.

BERLEANT, Arnold. Estética e ambiente. In: SERRÃO, Adriana Veríssimo. Filosofia da paisagem. Uma antologia. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2011, p. 378-394.

BERQUE, Augustin. Das águas da montanha à paisagem. In: SERRÃO, Adriana Veríssimo. Filosofia e arquitectura da paisagem. Um Manual. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2012, p.95-103.

CABRAL, Francisco Caldeira. Fundamentos da arquitectura paisagista. Lisboa: Instituto de Conservação da Natureza, 2003.

CAUQUELIN, Anne. A invenção da paisagem. São Paulo: Fontes, 2007.

CARTA DOS JARDINS HISTÓRICOS BRASILEIROS. Juiz de Fora: I Encontro Nacional de Gestores de Jardins Históricos, Museu Mariano Procópio, 2010.

CONVENÇÃO EUROPEIA DA PAISAGEM. We are the landscape. Florence: Giunti Progetti Educativi, 2008.

CONVENÇÃO Europeia da Paisagem. Decreto nº 4/2005. Florence, 2005.

CURY, Isabelle (Org.). Cartas Patrimoniais. Rio de Janeiro: IPHAN, 2000.

MADERUELO, Javier (Org.). Paisaje y patrimonio. Madrid: Abada Editores, 2010.

MESQUITA, Liana de Barros. Memórias dos verdes urbanos. In: PREFEITURA DO RECIFE. Cadernos do Meio Ambiente. v.1, n.1, 1998, p. 7-54.

PREFEITURA DO RECIFE. Jardins Históricos de Burle Marx no Recife. Lei nº 29.537/2016.

RECOMENDAÇÃO n. R (95) 9 (1995). In: CURY, Isabelle (Org.). Cartas Patrimoniais. Rio de Janeiro: IPHAN, 2000, p.329-345.

INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL (IPHAN). Paisagens cariocas entre a montanha e o mar. Rio de Janeiro: Comitê de Técnico da Candidatura do Rio a Patrimônio Mundial, IPHAN, 2012.

REIS FILHO, Nestor Goulart. Imagens de vilas e cidades do Brasil Colonial. São Paulo: USP Imprensa Oficial, 2000.

RIBEIRO, Rafael Winter. Paisagem cultural e patrimônio. Rio de Janeiro: IPHAN/COPEDOC, 2007.

ROGER, Alain. Natureza e cultura. A dupla artialização. In: Serrão, Adriana Veríssimo. Filosofia da paisagem. Uma antologia. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2011, p.153-166.

SANTOS, Sebastião Ferreira de Almeida Santos. Projecto de paisagem. Uma oportunidade na realidade contemporânea. In: Serrão, Adriana Veríssimo. Filosofia e arquitectura da paisagem. Um manual. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2012, p.303-313.

SERRÃO, Adriana Veríssimo (Coord.). A paisagem como problema da filosofia. In: SERRÃO, Adriana Veríssimo. Filosofia da paisagem. Uma antologia. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2011, p.13-35.

SILVA, Maria Angélica. A conquista pela visão: mapas e pinturas In: SILVA, Maria Angélica; CONSOLINI, Barbara. O Olhar holandês e o Novo Mundo. Maceió: EDUFAL, 2011, p. 527-539.

SIMMEL, Georg. Filosofia da paisagem. In: SERRÃO, Adriana Veríssimo. Filosofia e arquitectura da paisagem. Uma antologia. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2012, p.42-51. (2011).

TABACOW, José. Roberto Burle Marx: arte e paisagem. São Paulo: Studio Nobel, 2004.

VERAS, Lúcia. Primeira Porta: A invenção da cidade como paisagem. In: VERAZ, Lúcia et al. Cadernos de Arquitetura e Urbanismo: Cidade-Paisagem. João Pessoa: Patmos Editora, 2017, p. 16-33.

Downloads

Publicado

30-06-2018

Como Citar

Sá Carneiro, A. R. (2018). A interação paisagem/jardim na educação do olhar e na conservação do patrimônio. Patrimônio E Memória, 14(1), 4–21. Recuperado de https://portalojs.assis.unesp.br/index.php/pem/article/view/3309

Edição

v. 14 n. 1 (2018): Patrimônio e Memória

Seção

Dossiê

Licença

Copyright (c) 2018 Patrimônio e Memória

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Todo o conteúdo do periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons do tipo atribuição BY.