Autenticidade e preservação do Patrimônio Cultural Mundial no Brasil
algumas reflexões a partir da “velha” cidade de Goiás (GO)
Palavras-chave:
Unesco, Iphan, Icomos, Autenticidade, Patrimônio cultural MundialResumo
Nesse artigo, que tem a cidade de Goiás (GO) como caso de estudo, percebe-se que as intervenções direcionadas à preservação do patrimônio construído respondem a uma noção de autenticidade que vai sendo construída, articulando três momentos importantes
do processo de reconhecimento dessa cidade como Patrimônio Cultural, cuja consagração se dá em 2001 com o título de Patrimônio da Humanidade. Se, de um lado, aceita-se que a autenticidade é um conceito complexo e de difícil aplicação, não podendo ser compreendida em termos absolutos, mas em relação a outros valores e sempre considerando que seu reconhecimento depende do contexto cultural em que se encontra determinado bem, em dado tempo e lugar; de outro, a sua consagração - a partir das justificativas apresentadas à Unesco e ao Icomos, por meio de alguns documentos -, enrijece a forma de intervir nos monumentos históricos, dificultando a atribuição de novos valores e significados.
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