Negociações do real entre a fenomenologia e a filmologia
uma abertura ao mundo
Palavras-chave:
crítica de filmes, fenomenologia, filmologia, recepção, cinemaResumo
Em propostas que escolhem pensar as imagens que o aparato cinematográfico está a criar, chegou-se ao ponto, entre as décadas de 1940 e 1950, de se incluir tanto os efeitos quanto mesmo a própria construção formal das imagens cinemáticas na esfera da filosofia. Na França a nova linguagem da imagem em movimento migrava de análises críticas da arte ao universo epistémico. Dentre os primeiros a diretamente discutir diretamente o cinema nesta esfera estão Henri Bergson, Etienne Jules Marey, Elie Faure em certa medida, fora do país, Sergei Eisenstein e Hugo Munsterberg. Esta reflexão, na França, foi direcionada pelo que se denominou a partir da década de 1950 de filmologia, a partir da obra que se estendeu em reverberações críticas no campo dos estudos sobre cinema, principalmente na França de seu nascimento, o livro de Gilbert Cohen Séat – Essai sur les príncipes d’une filosophie du cinema (1958). O presente artigo ressoa nas modificações das pesquisas para um tipo de antropologia da recepção fílmica, assim como o impacto de determinado clima de um cenário da crítica de cinema.
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