Que samba é esse
as disputas pela autenticidade do samba
Palavras-chave:
samba; produção bibliográfica; autenticidade.Resumo
O samba, desde o local de seu nascimento até seus pais fundadores, foi sinônimo de controvérsias em nossa produção bibliográfica, contando com trabalhos de memória, de historiadores, músicos, sociólogos, entre outros, o que não lhe impediu de receber a alcunha de símbolo nacional. Desta maneira, o presente artigo busca refletir sobre as disputas que ocorreram para se tentar estabelecer qual seria o “verdadeiro” samba e como perpassaram a produção historiográfica nacional, especialmente entre as décadas de 1920 a 1980. Período que contempla tanto o início das questões supracitadas quanto o da influência da consolidação da indústria cultural na nossa sociedade para os discursos sobre a autenticidade do samba. Partimos do pressuposto de que tais disputas foram muito mais construções de jornalistas e/ou críticos musicais que buscaram estabelecer determinadas memórias a respeito do samba, do que dos próprios sambistas, muitas vezes apartados deste cenário.
Referências
ANDRADE, Mário. Ensaio sobre música brasileira. São Paulo: Livraria Martins, 1962.
ADORNO, Theodor W. Resumé sobre indústria cultural. In: Memória e vida social. Assis: UNESP, 1999, p. 20-27.
ADORNO, Theodor W. Theodor W. Adorno. São Paulo: Ática. Grandes Cientistas Sociais, nº 54, org. Gabriel Cohn, 1986.
ADORNO, Theodor W; HORKHEIMER, Max. Dialética do Esclarecimento: fragmentos filosóficos. Trad: Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
BARBOSA, Orestes. Samba: sua história, seus poetas, seus músicos e seus cantores. Rio de Janeiro: Livraria Educadora, 1933. PDF. Disponível em: <http://ggn.horia.com.br/sites/default/files/documentos/samba2001.pdf>. Acesso em 02 dez 2014.
CABRAL, Sérgio. As escolas de samba do Rio de Janeiro. São Paulo: Lazuli Editora: Companhia Editora Nacional, 2011a.
CABRAL, Sérgio. MPB na Era do rádio. São Paulo: Luzili Editora, 2011b.
CARNEIRO, Edison. Carta do Samba. Rio de Janeiro: Campanha de Defesa do Folclore, 1962. Disponível em: <http://200.156.25.3/Documentos/Noticias/Carta%20do%20Samba%201962.pdf>. Acesso em: 02 dez. 2014.
DINIZ, André. Almanaque do samba: a história do samba, o que ouvir, o que ler, onde curtir. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.
DUARTE, Rodrigo A. de P. Teoria crítica da indústria cultural. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.
FENERICK, José A. Nem do morro, nem da cidade: as transformações do samba e a indústria cultural, 1920-1945. São Paulo: Annablume; Fapesp, 2005.
FERNANDES, Dmitri C. A inteligência da música popular: a “autenticidade” no samba e no choro. 2010. 414 f. Tese (Doutorado em Sociologia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
FERNANDES, Dmitri C. “E fez-se o samba”: condicionantes intelectuais da música popular no Brasil. Latin American Music Review, vol.32, nº 1, p. 39-58, Spring/Summer 2011.
FRANCESCHI, Humberto M. A Casa Edison e seu tempo. Rio de Janeiro: Sarapuí, 2002.
GUIMARÃES, Francisco (Vagalume). Na roda do samba. Rio de Janeiro: Typ. São Benedicto, 1933. PDF. Disponível em:<http://www.academiadosamba.com.br/memoriasamba/bibliografia/pdf/Livro-NaRodadoSamba-FranciscoGuimaraes.pdf>. Acesso em 02 dez 2014.
KIENTECA, Eliandro. O “Samba Moderno” em evolução: João Paulo dos Santos Gomes e a coluna Música Popular no jornal O Metropolitano. Revista Ars historica, Rio de Janeiro: UFRJ, nº 4, jun., p. 1-16, 2012. Disponível em: http://www.historia.ufrj.br/~ars/index.php/anteriores/2-uncategorised/18-o-samba-moderno-em-evolucao-joao-paulo-dos-santosgomes-e-a-coluna-musica-popular-no-jornal-o-metropolitano>. Acesso em: 01 dez. 2014.
MACHADO, Adelcio C. Quem te viu, quem te vê: o samba pede passagem para os anos 1970. s/n, 2011. Dissertação (Mestrado em Música) – Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2011.
MORAES, José Geraldo Vinci. História e historiadores da música popular urbana no Brasil. VI Congresso da IASPM-AL, 2005, p. 1-12.
NAPOLITANO, Marcos; WASSERMAN, Maria C. Desde que o samba é samba: a questão das origens no debate historiográfico sobre a música popular brasileira. Revista Brasileira de História, São Paulo: ANPUH, v.20, n.39, p.167-189, 2000. Disponível em<http://www.scielo.br/pdf/rbh/v20n39/2985.pdf>. Acesso em: 04 dez 2014.
ORTIZ, Renato. A moderna tradição brasileira. 5ª reimpr. da 5. ed. de 1994. São Paulo: Brasiliense, 2006.
PARANHOS, Adalberto. A invenção do Brasil como terra do samba: os sambistas e sua afirmação social. História, Franca, v.22, n.1, p. 81-113, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/his/v22n1/v22n1a04.pdf>. Acesso em: 04 dez 2014.
PARANHOS, Adalberto. Espelhos partidos: samba e trabalho no tempo do “Estado Novo”. Projeto História, nº 43, dezembro de 2011, p. 59-79.
RÜDIGER, Francisco. Theodor Adorno e a crítica à indústria cultural: comunicação e teoria crítica da sociedade. 3. ed. ver. e atual. Porto alegre: EDIPUCRS, 2004.
SANDRONI, Carlos. Feitiço decente: transformações do samba no Rio de Janeiro, 1917-1933. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.: Ed. UFRJ, 2001.
TINHORÃO, José R. Música Popular: do gramofone ao rádio e TV. São Paulo: Ática, 1981.
VIANNA, Hermano. O mistério do samba. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar; Ed. UFRJ, 2002.
WISNIK, José M. O minuto e o milênio ou por favor, professor, uma década de cada vez. In: NOVAES, A. (Org). Anos 70: ainda sob a tempestade. Rio de Janeiro: Aeroplano; Senac Rio, 2005, p.25-37.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam na Revista Faces da História concordam com a cessão dos direitos autorais dos manuscritos, processo simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC-BY-NC), que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Dessa forma, a Revista Faces da História pode difundir os artigos e trabalhos publicados, em formatos físicos e/ou eletrônicos, incluindo Internet.