enquanto cabia ao México corrupção e tirania. Outro elemento é o mito do
autossacrifício, onde homens entregavam sua vida a um bem maior, no caso, a pátria.
Em sequência, o próximo artigo também é voltado para a arte pelo viés do estudo
da biografia da pianista Tânia Maria, autoexilada do Brasil durante os anos de chumbo da
Ditadura Brasileira. Em busca da liberdade criativa associada ao insucesso de sua música
no Brasil, a artista voltou-se ao cenário global de jazz, desse modo, reinventou sua
identidade com uma especificidade de brasilidade musical. Entrementes, diferente do
resultado do trabalho no próprio país, no cenário internacional Tânia Mara conquistou
uma posição de prestígio, se tornando influente no que tange ao jazz contemporâneo.
Intitulado
Os sons que vêm do exílio: diáspora, identidade e transgressões na
trajetória de Tânia Maria de autoria de Antônio Carlos Araújo Ribeiro Júnior e Renan
Branco Ruiz, este artigo é inovador por trazer em cena uma artista que, embora se
destaque no cenário mundial do jazz, no próprio país ela é pouco reconhecida, “abatendo
sobre a sua imagem uma espécie de desbotamento memorialístico”, tanto que o nome da
artista nem consta nos dicionários e enciclopédias da música popular brasileira.
Portanto, ao analisar a vida e obra de Tânia Maria, os autores discutem, por conseguinte,
a relevância social, cultural e política desses instrumentistas para a história nacional.
O quarto artigo da sessão, Entre fueros e crônicas: uma aproximação à
construção ideológica da imagem de Fernando III, el santo (1217-1252), de autoria de
Saymon da Silva Siqueira aborda a imagem de Fernando III, el santo, no processo de
conquista e reorganização de Andaluzia, região sul da Península Ibérica. Além disso, o
autor utiliza relatos contidos na Chronica regum Castellae e o conjunto normativo Fuero
de Córdoba que circunscrevem o momento de coroação do dito rei. Trata-se de um
trabalho relevante por abordar a questão dos mecanismos ideológicos ligados ao poder
central e sua propagação através das leis e do relato histórico.
Além disso, o artigo traz importantes debates para os estudos medievais como a
noção de “Reconquista” da Península Ibérica, bem como a ideologia por trás da imagem
do rei Fernando III.
Seguindo estudos ibéricos, entretanto sob a ótica portuguesa, o artigo
A dieta do
penitente: a prática do jejum penitencial no Portugal dos séculos XIV e XV de autoria de
Eduardo Lima de Souza, tem como objetivo analisar as prescrições e modelos de
comportamento por meio das práticas penitenciais a partir dos tratados pastorais, em
especial a do jejum, percebida como ação de reparação dos pecados carnais no ritual de
confissão auricular. Desse modo, trata-se de um trabalho relevante por abordar, por
meio de crenças, costumes e comportamentos à época com um viés interessante que
permeia todo o cotidiano dos sujeitos, a alimentação. É importante mencionar ainda que