Faces da História, Assis/SP, v.8, n.1, p.12-18, jan./jun., 2021
como a Grã-Bretanha e os EUA. Sua contribuição consiste em apresentar ao público
leitor as nuances do conflito, suas divisões internas, bem como uma revisão com as
principais interpretações sobre o ocorrido, dividida em três correntes: as vertentes
tradicionalista, revisionista e pós-revisionista. No alvorecer da Guerra Fria, vemos a
presença de interesses geopolíticos externos e a divisão em três fases da guerra civil que
perduraram até a rendição dos comunistas em 1949.
Na seção Notas de Pesquisa, encontramos o trabalho de Caio Murilo Pereira
intitulado
A igreja, o Estado e o Monumento: algumas considerações sobre as
festividades de inauguração do Cristo Redentor no Rio de Janeiro (1931).
Nele o autor
analisa duas capas do jornal
O
Globo
,
que noticiaram o importante evento na cidade
carioca.
O autor destaca a função do monumento na comunicação de uma mensagem
católica ao país, frente aos efeitos da laicidade proposta pela Constituição de 1891. Nesse
sentido, a imagem do Cristo assumiu a ideia de um bem comum para a sociedade
brasileira, o que colaborou para o reposicionamento político da instituição religiosa.
Na seção Resenhas, vemos a apresentação da obra
Mastodontes
:
a história da
fábrica e a construção do mundo moderno
do historiador estadunidense Joshua Freeman.
O trabalho, de autoria de Vinicius Patrocínio Pereira Costa e intitulado
A Fábrica como
instituição da Modernidade,
ressalta a abordagem central do livro resenhado, qual seja, o
impacto social da instituição fabril no mundo moderno. De proporções mastodônticas,
isto é, gigantescas, vemos a persistência dessas estruturas em nosso presente, com os
seus reiterados problemas.
Na conclusão do número, encontramos uma bela homenagem ao historiador
francês Marc Ferro (1924-2021), que faleceu no mês de abril deste ano. O texto detalhado
escrito respeitosamente pelo professor Paulo Cesar Gonçalves (PPG-História/Unesp),
além de nos apresentar o sentimento de perda deste reconhecido historiador, nos
convida a percorrer a produção de Ferro, realizada ao longo de conturbado momento
histórico, o século XX. Paulo Gonçalves nos conduz por momentos importantes da
biografia do homenageado, além de nos colocar em diálogo com o seu pensamento e
principais escritos, o que bem demonstra seu legado à História.
Os trabalhos que integram as seções de Artigos Livres, Notas de Pesquisa e
Resenha reafirmam a orientação editorial da revista na divulgação de ampla variedade de
temas. Ao longo de oito anos de atividades, vemos que essa preocupação interdisciplinar
permanece e se fortalece a cada exemplar publicado, em que podemos encontrar
diálogos oriundos não apenas da História, mas do campo das Ciências Humanas. Os
textos apresentados ao público demonstram a vitalidade da nossa historiografia em
âmbito nacional, pois divulgam o conhecimento histórico especializado, o que muito