bravos e esforçados agricultores, permitindo-se assim maior produtividade.
Quanto às máquinas, que são possantes, fizemos questão que fossem movidas a
óleo crú, e serem o mais econômicas. Já fizemos encomenda, além do arado e da
grade, uma enxada mecânica para ser adaptada ao trator. Essa enchada
provocará uma verdadeira revolução [...] Palavra do Prefeito Major Euclides
Triches. (EDITORIAL, 1953b, p. 8).
Ainda foram observadas divulgações que faziam propaganda positiva para as
condições de vida na área rural e, negativa, na área urbana:
A nossa região colonial serrana está em condições bem favoráveis para a
produção da maioria das frutas conhecidas... Hoje em dia a Agricultura está
sofrendo um grande impulso com a mecanização da lavoura. A Fruticultura
também está seguindo um melhoramento em seu cultivo quase moderno. Anos
atrás, muitos agricultores abandonaram suas terras para virem morar na cidade.
As leis trabalhistas prometiam bons ordenados. Hoje em dia, a tendência é
voltar para a colônia. Hoje o operário não está seguro. (EDITORIAL, 1954c, p. 3)
Outro vestígio encontrado no
Despertar
são as referências sobre a instalação de
espaços de apoio aos conhecimentos agrícolas, tais como, os clubes agrícolas. Esses
espaços forneciam conhecimentos sobre técnicas de trabalho na área rural,
disponibilizavam matérias-primas aos agricultores e incentivavam uma formação técnica
das crianças. De acordo com Nicolau (2015), enquanto as escolas primárias rurais
respondiam ao Ministério da Educação, os clubes agrícolas eram responsabilidade do
Ministério da Agricultura, que, por meio de sua instituição permitiam a difusão de uma
formação mais técnica aos jovens, oxigenando as práticas desenvolvidas na área rural.
Nessa conjuntura, os clubes atendiam aos anseios de classes dominantes, trabalhando na
constituição futura do trabalhador do campo, impulsionando as atividades agrícolas;
especialmente em um Brasil, após Segunda Guerra Mundial, que mirava nos jovens como
um público potencial para o uso de novas técnicas. (NICOLAU, 2015, p. 1-2).
Segundo Fiori (2002), nos anos 40, o Serviço de Informação Agrícola do
Ministério da Agricultura, realizava campanhas com cartazes, folhetos e filmes com
temas rurais. Também existia uma biblioteca especializada, com traduções de
publicações americanas, uma vez que os EUA reproduziam o sucesso da “agricultura
científica” e, por isso, serviam de modelo para o Brasil. De acordo com a pesquisadora,
os clubes agrícolas propagavam um sentimento de amor pelo campo e, atraíam,
normalmente, os filhos dos colonos que executavam atividades semelhantes às
realizadas habitualmente, como por exemplo: plantar, cuidar dos animais e da terra.
Nesse sentido, percebe-se uma incipiente política de inclusão da produção
agrícola local aos espaços escolares no meio rural, ou seja, com a comercialização das
produções das hortas, os recursos financeiros eram revertidos em melhoramentos na