Faces da História
, Assis/SP, v.6, nº2, p.478-495, jul./dez., 2019
b) Controle democrático pelos sócios – as cooperativas são organizações
democráticas, controladas por seus sócios, que participam ativamente no
estabelecimento de suas políticas e nas tomadas de decisões. Homens e
mulheres, eleitos como representantes, são responsáveis para com os sócios.
c) Participação econômica dos sócios– os sócios [que] contribuem de forma
equitativa controlam democraticamente o capital de suas cooperativas. Parte
desse capital é prioridade comum das cooperativas.
d) Autonomia e independência – as cooperativas são organizações autônomas
de ajuda mútua, controladas por seus membros. Entrando em acordo
operacional com outras entidades, inclusive governamentais, ou recebendo
capital de origem externa, devem fazê-lo de forma a preservar seu controle
democrático pelos sócios e manter sua autonomia.
e) Educação, treinamento e informação– as cooperativas proporcionam
educação e treinamento aos sócios, dirigentes eleitos, administradores e
funcionários, de modo a contribuir efetivamente para o seu desenvolvimento.
f) Cooperação entre cooperativas – as cooperativas atendem aos seus sócios
mais efetivamente e fortalecem o movimento cooperativo trabalhando juntas,
através de estruturas locais, nacionais, regionais e internacionais. Este princípio
estimula a organização e expansão do cooperativismo, como também a união
das cooperativas em busca de expandir o mercado de trabalho, além de
fortalecer suas estruturas para vencer as concorrências e ganhar espaço no
mercado.
g) Preocupação pela comunidade – as cooperativas trabalham pelo
desenvolvimento sustentável de suas comunidades, através de políticas
aprovadas por seus membros. As cooperativas, por meio de seus cooperados,
possuem a responsabilidade de fomentar o desenvolvimento local da
comunidade de forma sustentável, considerando a responsabilidade social e
ética, contribuindo significativamente para a fomentação do tripé do
desenvolvimento sustentável: social, econômico e ambiental.
Pode-se dizer que são inatos ao homem lutar pela sobrevivência e buscar a
melhoria de suas condições de vida e, exatamente, por tais características é que
inúmeras experiências foram sendo testadas e aperfeiçoadas ao longo do tempo, dentre
as quais, pode-se afirmar que as mais bem sucedidas foram aquelas que aglutinaram os
esforços dos indivíduos. Por tal perspectiva o cooperativismo/associativismo pode ser
compreendido como uma resposta às adversidades vivenciadas por milhões de famílias
excluídas da divisão das riquezas produzidas no capitalismo. É, nesse sentido, uma
alternativa reformista, embora diferenciada, de inserção no moderno sistema produtor
de mercadorias.
O cooperativismo no Brasil
No que se refere à evolução da prática cooperativista, tem-se que, no Brasil, a
formação de cooperativas é regulamentada por lei desde 1907, constituindo-se, portanto,
numa atividade reconhecida pelo Estado desde o início do século XX. Saliente-se que,
mesmo antes da regulamentação oficial, já existiam cooperativa no país. A primeira
cooperativa do Brasil foi criada no ano de 1889, na cidade de Ouro Preto/MG, e era uma
cooperativa de consumo. Decorridos mais treze anos surgiu a primeira cooperativa de
crédito do país, sendo instalada no estado do Rio Grande do Sul. Em relação às