Faces da História
, Assis/SP, v.6, nº2, p.513-528, jul./dez., 2019
aluno, como sujeito histórico, o desenvolvimento de competências ligadas não apenas ao
“acúmulo de informações”. Neste sentido, o aluno deve estar preparado para:
“comunicar-se, ser criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo,
resiliente, produtivo e responsável, requer muito mais do que o acúmulo de
informações.” (BRASIL, 2018, p. 14).
A formação educacional do aluno, como indivíduo, deixa de ser Educação datada,
isto é, limitada apenas ao período escolar e passa a ser inerente ao viver. Requer, assim,
o aprendizado constante por meio do desenvolvimento de competências “para aprender
a aprender” (BRASIL, 2018, p. 14). Destarte, a BNCC coloca-se como uma resposta às
demandas sociais surgidas da sociedade contemporânea.
Nesse contexto, a BNCC afirma, de maneira explícita, o seu compromisso com a
educação integral. Reconhece, assim, que a Educação Básica deve visar à
formação e ao desenvolvimento humano global, o que implica compreender a
complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões
reducionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a
dimensão afetiva. Significa, ainda, assumir uma visão plural, singular e integral
da criança, do adolescente, do jovem e do adulto – considerando-os como
sujeitos de aprendizagem – e promover uma educação voltada ao seu
acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades
e diversidades. (BRASIL, 2018, p. 14, grifo do original).
Fica evidente, aqui, a relação existente entre Educação e a chamada Sociedade do
Conhecimento e da Informação. Considerando essa realidade, novas demandas surgem
na formação do indivíduo. A escola, porém, que detém seus saberes e sua importância
histórica consolidada há séculos, passa a ser questionada quanto à sua eficácia e, até
mesmo, quanto a sua legitimidade como entidade detentora de um capital cultural
institucionalizado. Assim como a escola, o professor também passa a ter seu papel
questionado e relativizado diante das inúmeras fontes de informação que parecem
ensinar tudo a todos que acessarem a internet.
Estamos, no nosso entender, diante de uma nova reestruturação social; de novos
posicionamentos e valores. Não se trata, apenas, de um processo de reforma
educacional, mas sim de transformação que influi em quem somos, como agimos, como
pensamos e como lidamos e vivemos em sociedade.
Sobre os desafios educacionais, Gómez lembra que:
[...] as mudanças aceleradas no flexível e fluido mercado de trabalho, assim
como as inovações permanentes nas mediações tecnológicas, estão provocando
a mobilidade incessante nas especializações profissionais e a necessidade
constante de reciclagem e formação. O desafio para o sistema educativo e para
a instituição escolar é de tal natureza que questiona a sua estrutura e o seu
funcionamento tradicional. (GÓMEZ, 2001, p. 136).