FACES DA HISTÓRIA, Assis-SP, v.6, nº1, p.01-05, jan.-jun., 2019
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basear-se nas discussões ocorridas em uma disciplina cursada pelo autor no
programa de pós-graduação em Artes da Universidade Federal do Ceará e da
nomeada dancinha pró-Bolsonaro, Thiago procura demonstrar como a coreografia
teatral expressada pela dança é um posicionamento político e corporal, com
possibilidade de se tornar um portentoso canal de comunicação de ideias fascistas.
Os dois últimos artigos da seção de livres abordam temas internacionais. Luiz
Francisco Albuquerque de Miranda e Vítor Bicalho Mota debruçaram-se sobre a obra
Memórias da paz de Utrecht, escritas pelo diplomata português Luís da Cunha
durante o Congresso de Utrecht (1713-1715). Por meio do relato memorialístico e da
metodologia escolhida pelos autores, o objetivo do artigo Luís da Cunha, o
Congresso de Utrecht e a política externa inglesa no início do século XVII é verificar
a interpretação de Cunha em relação às disputas diplomáticas no evento. Já Moisés
Wagner Franciscon e Gelise Cristine Ponce Martins, no texto A sátira social no
cinema soviético da Era Brejnev: os limites da censura, analisam três comédias
fílmicas, que obtiveram resultados distintos diante da censura na União Soviética,
embasando-se na sócio-história cinematográfica de Marc Ferro e na obra de Mikhail
Bakhtin sobre a ambivalência do humor popular.
Os livros resenhados são de dois autores estrangeiros e uma autora brasileira.
A resenha crítica de Vinícius de Castro Lima Vieira, intitulada Sobre prazeres,
percepções e apropriações: um convite à leitura de 1913, de Florian Illies, estimula a
leitura do livro do historiador de arte alemão ao mencionar o quanto a escrita da obra
proporciona uma envolvente apresentação dos episódios ocorridos nas capitais do
modernismo europeu, muitos dos quais foram protagonizados por personagens das
elites intelectuais, políticas e culturais europeias. A segunda resenha intitula-se
História global: uma solução ou um retorno?, assinada por Elaine Calça, que examina
What is Global History?, do historiador alemão Sebastian Conrad, interessado em
pensar e questionar a teoria, a metodologia e outros aspectos da história global. E a
derradeira resenha, Folia de Reis em Florínea: manifestação popular, memória e
patrimônio, é escrita por Aline Fabri, que tece comentário sobre o livro de Rafaela
Sales Goulart, Sentidos da Folia de Reis: um estudo da memória e da identidade da
celebração popular em Florínea/SP. Esta obra é resultado da pesquisa de Goulart
sobre as comemorações da festa popular, utilizando-se dos relatos e das memórias
dos habitantes que participam das celebrações em Florínea, cidade localizada no
sudoeste do estado de São Paulo.